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Filósofos & Poetas

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Do pensamento e da elocução

CAPÍTULO XIX
Do pensamento e da elocução
Depois de termos falado sobre os outros elementos essenciais da tragédia, resta-nos tratar da elocução e
do pensamento.
2. O que diz respeito ao pensamento tem seu lugar nos Tratados sobre retórica, pois este gênero de
investigações é seu objeto próprio.
3. Tudo que se exprime pela linguagem é domínio do pensamento.
4. Disso fazem parte a demonstração, a refutação, e também a maneira de mover as paixões, tais como a
compaixão e o temor, a cólera e as outras.
5. É evidente que devemos empregar estas mesmas formas, a propósito dos fatos, sempre que for
necessário apresentá-los comoventes, temíveis, importantes ou verossímeis.
6. A diferença consiste no fato de certos efeitos deverem ser produzidos sem o recurso do aparato cênico,
e outros deverem ser preparados por quem fala e produzidos conforme suas palavras. Pois qual seria a
parte daqueles que têm à sua disposição a linguagem, se o prazer fosse experimentado sem a intervenção
do discurso?
7. Entre as questões relativas à execução, uma há que se prende ao nosso exame: as atitudes a tomar no
decurso da dicção; mas tal conhecimento depende da arte do comediante e dos que são mestres nessa
arte. Trata-se de saber como se exprime uma ordem, uma súplica, uma narrativa, uma ameaça, uma
interrogação, uma resposta, e outros casos deste gênero.
8. Com base no fato de o poeta conhecer ou ignorar estas questões, não se lhe pode fazer nenhuma crítica
digna de consideração.
Quem consideraria como falta o que Protágoras censura, a saber, que o poeta, pensando endereçar uma
súplica, na realidade dá uma ordem, quando exclama: "Canta, deusa, a cólera". Segundo inquire aquele
crítico — exortar a fazer ou a não fazer, é dar uma ordem?
9. Coloquemos de lado esta questão, pois ela respeito não à poesia, mas a outra arte.

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